segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Notícias de última hora

"De uma hora para outra, a crise bateu. A bolsa de valores, que não parava de quebrar recordes de alta, despencou. Dinheiro virou coisa rara no mercado. Empréstimos minguaram. Com medo do pior, todo mundo passou a gastar menos. Aí piorou de vez: sem crédito nem clientes, empresas que até outro dia tinham seus maiores lucros na história não conseguiam mais fechar as contas.
E quase ninguém deu conta: de cada 100 companhias, 72 fecharam as portas. As que não morreram acabaram gravemente feridas: até a maior empresa do mundo viu seu valor de mercado cair 80%. O governo precisou agir para evitar o desastre completo. E apontou o grande culpado pela crise: a ganância dos homens que tinham transformado a economia em um cassino.

"Vamos restringir as práticas perniciosas dos corretores e negociadores de ações", escreveram os parlamentares. Um analista financeiro resumiu bem a coisa: "Qualquer um poderia ter previsto que a alta das ações a um preço tão superior ao quanto elas valem de fato teria uma consequência fatal". Teve mesmo.

"Tudo isso aconteceu em 1697. O governo era o britânico, que precisou intervir para colocar rédeas no mercado financeiro depois que uma bolha de crescimento econômico estourou e deu lugar à maior crise da história até então. E o analista era o escritor Daniel Defoe, que 18 anos depois publicaria Robinson Crusoé"

Essa notícia usei muito em algumas palestras que proferi neste ano, quando convidado a falar sobre a situação econômica de Santa Catarina nesse contexto global.

A retirei da revista "SuperInteressante" edição 264 de abril/2009 (p. 25).

Um comentário:

  1. 1697,- Tulipas
    1929,- Ações
    2008,- Imóveis

    O que estes três elementos tem em comum ? Nada. E ao mesmo tempo foram catalisadores de crises em setores específicos, que depois tornaram-se crises financeiras e posteriormente crises econômicas.

    O mais interessante nisso é que o mundo sempre emerge destas crises melhor, mais dinâmico, mais regulado(no bom sentido), e mais humano.

    Elas nos mostram saídas e maneiras de resolver problemas que jamais pensaríamos em tempos de bonança.


    Claro que isso dura até uma nova onda de prosperidade, onde o desejo que nos move (e a mão invísivel do smith que nos empurra) levam para uma nova crise....


    Citando um ex professor de Macroeconomia - o melhor professor de macroeconomia que tive- ( Jean-Luc Rosinger)
    Uma das muitas coisas que os economistas sabem sobre o capitalismo é que a crises são inerentes a ele.
    Uma das poucas coisas que os economistas sabem sobre o socialismo é que as crises são inerentes a ele.
    A única coisa que se sabe sobre o comunismo é que ele é um sistema em crise.

    Como havia lhe dito Senhor Secretário, já que não encontro ninguém para conversar sobre estes assuntos, venho ao seu blog para trocar idéias.

    1 forte abraço.

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