sábado, 8 de agosto de 2009

Máximas do Seu Gavazzoni

Minha irmã Márcia Merísio, na falta de coisa melhor para fazer, lê meu blog. É uma das agora 20 pessoas que o fazem. Hoje, lá pelas 5 da manhã mandou-me mensagem de celular. Estava acordada porque era hora da mamadeira da Nicole (minha sobrinha de apenas 1 ano). Lembrou-me de algumas lições de nosso pai. Já que é dia dos Pais, vamos relembrá-las:

1. “A saúde entra pela boca” – Isto justificava a liberação do pastel com coca no Bar do Amauri no Posto Tigrinho de Xanxerê. Já disse que comecei a trabalhar como cobrador de ônibus muito cedo junto com meu pai. Também tinha que acordar todos os dias às 5 horas da manhã. Não era moleza, tinha 7 para 8 anos apenas. Daí que o pagamento vinha em comida. De manhã cedinho, um pastel e uma coca. Depois do primeiro horário, quando parávamos novamente no Posto lá pelas 8 horas, vinha um pão com linguicinha. Não tem coisa melhor!
Esse Posto Tigrinho pertencia ao Seu Alcides Bernardi. Amigo de meu pai. O posto recebia todos os ônibus logo cedo de manhã. Lá abastecíamos, verificávamos o nível dos óleos (são vários), batíamos os pneus, passávamos um pano úmido nos bancos para iniciar o trabalho. A conta no final do mês era interessante. Muitos meses a conta do pastel com coca, da linguicinha com pão, era maior do que a conta do combustível. Pastel e linguicinha, com coca, era custo fixo de nossa empresa.

2. “Quando acordar, não pensa, levanta rápido, não deixa dar o repique do sono” – Aconselhando a todos seus filhos, e agora às netas, para justificar seu hábito de levantar às cinco horas da manhã, por mais de 50 anos. Acordar cedo é uma questão de técnica.
Conheci um ministro do Supremo Tribunal Federal, já aposentado. Tenho a honra de ser seu amigo. É o ministro José Néri da Silveira. Ele foi diversas vezes a Xanxerê e Chapecó, quando ministro, para dar aulas e palestras a meus alunos. Certa vez lhe perguntei qual o segredo de sua energia. Respondeu-me: “acordar cedo, 5 horas, e tomar chimarão”. Dois hábitos que meu pai também sempre praticou. Talvez daí tire sua energia para trabalhar, manter-se alegre e gentil, não importando o problema ou a preocupação.

O Alfeu Abreu, presidente da Bescor o conheceu dia desses. Encantado, não pára de me perguntar como vai o Gavazzoni pai.


3. Meu Pai “reverenciava a figura de Ulisses Guimarães”, segundo ele um dos poucos políticos sérios de Brasília. Depois de 1989, da disputa presidencial, teimou em deixar em seu fusca de idade não revelada um “decalque”, segundo ele, “por anos a fio”, mesmo fora de período eleitoral (se fosse hoje seria multado...).

O Governador Luiz Henrique mantém até hoje, em seu gabinete uma fotografia de Ulisses Guimarães, como que lhe servindo sempre de guia, certamente pelas lições que lhe passou ao longo dos anos em que conviveram. Aliás, vivo hoje um privilégio: aprender suas lições, seguramente melhoradas, pela experiência do próprio Luiz Henrique.

Meu pai tinha, de novo, razão. O tempo prova tudo!!

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