quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Weissbier e a Reinheitsgebot

A cerveja de trigo, ou weissbier, é a especialidade da Baviera, mas não tem destaque na Oktoberfest de Munique. As razões para isso vem de 300 anos atrás, quando foi implantada a mais famosa lei sobre cerveja da Alemanha: "a exigência de pureza", ou Reinheitsgebot.

Há 300 anos a cerveja de trigo era tão comum na Alemanha que levou à escassez de alimentos, pois os cervejeiros disputavam com os padeiros o suprimento de grãos. Para restaurar a ordem, em 23 de abril de 1516 o duque Guilherme IV da Baviera promulgou a chamada "Reinheitsgebot", que tornava ilegal o uso pelos cervejeiros d equalquer outro cereal que não a cevada, inadequada para fazer pão.

Excetuou-se, entretanto, de sua própria lei quando delegou à Hofbrauhaus - a cervejaria da corte -, o direito exclusivo de produzir cerveja de trigo na Baviera.

A Reinheitsgebot também proibia o uso de qualquer outro ingrediente que não fosse água, cevada maltada e lúpulos em cervejas de baixa fermentação, excluindo assim, não apenas frutas e codimentos mas toda espécie de iingredientes mais dúbios comumente adicionados, como urtiga e cogumelos.

Isso deu à cerveja bávara uma garantia de pureza que era uma nítida vantagem comercial, e a lei em breve foi adotada em toda a Alemanha.

A Reinheitsgebot não vigora mais, mas deixou como herança uma reputação de pureza e qualidade à cerveja alemã.

Oktoberfest

Hoje começa a Oktoberfest. Grande festa em Blumenau para todos apreciarem.

Estive em Munique no ano passado e conheci a Hofbrauhaus, uma taberna que no passado foi a cervejaria do Estado e a única com licença para fazer cerveja de trigo na região da Baviera.

Quando me explicavam que era uma cervejaria do Estado, fiquei confuso. Depois entendi.

sábado, 26 de setembro de 2009

De volta...

Opa! Aqui estou novamente. Sim, não poderia ter ficado tanto tempo sem aparecer. Mas essa é a vida! Muitas coisas, muitos compromissos...
Então, após muitas leituras e provas consegui aprovação no Doutorado da UFSC. As aulas começam já na segunda feira próxima.
Tenho algumas coisas bacanas para postar, espero que gostem.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Roda dos expostos

Roda dos expostos – num período em que a família brasileira tinha uma estrutura dupla, ou seja, um núcleo legal constituído pelo casal e seus filhos legítimos, e a periferia, constituída de todos os tipos de empregados e dependentes a roda dos expostos solucionava o problema do abandono nas ruas, nas portas das casas de famílias e até nas igrejas.

Era a forma de salvar crianças em estado de abandono, causando preocupação pública, através de caridade institucional.

O trabalho doméstico foi uma das formas de contrapartida recebida pelas famílias acolhedoras.

Para a Roda dos expostos era uma oportunidade, também, de mão de obra barata ou gratuita, com o uso do trabalho infantil legitimado pela caridade, ou seja, a exploração transfigurada em virtude.

Causas e consequências

O trabalho doméstico é o que mais abrange o trabalho infantil.

As causas são várias, pois trata-se de um fenômeno complexo:

1. Raízes na escravidão que perdurou até século XIX

2. Histórico de ausência de proteção da criança e produção de leis voltadas à disciplina, ao controle e à repressão do universo infantil, segundo o qual o trabalho emerge como instrumento hábil para a produção de corpos úteis e produtivos, adequados aos interesses políticos e econômicos.

3. Relações de lealdade entre senhor e escravo – crianças empobrecidas brincavam ou eram brinquedos dos meninos da Casa Grande

4. Questões econômicas, culturais, educacionais e políticas que definem o ingresso no trabalho infantil.

5. Condições de pobreza e a baixa renda familiar são estímulos para o trabalho infantil doméstico.

6. Precarização das relações de trabalho conduz à utilização da mão de obra infantil para manter o padrão econômico da família.

7. A oferta e a demanda também são fatores determinantes. A oferta influenciada pelas características pessoais e do ambiente familiar, como idade e o gênero, a relação de importância atribuída às atividades de lazer e educação e a demanda, que inclui remuneração e a dispensa de qualificação específica para os empregos domésticos e a falta de atratividade da escola.

8. A pobreza é a causa fundamental, mas não exclusiva, de todo o trabalho de crianças e adolescentes. As dificuldades de sobrevivência e a necessidade de complementação de recursos pelo trabalho das mulheres empurram as crianças para o trabalho infantil doméstico.

Espaço doméstico

O trabalho infantil doméstico coloca a criança e o adolescente num verdadeiro “esquecimento”, numa “invisibilidade”, vez que é realizado no espaço privado, que oculta sua exploração.

Mitos do trabalho infantil doméstico

Esta parte do livro me provocou muito. Disseram os autores que alguns mitos são utilizados como argumento de legitimação da ocorrência do trabalho infantil. Vejamos:

1. É melhor trabalhar do que roubar – quem é trabalhador não é vadio (vadiagem era crime) – o Estado deveria garantir a propriedade com o uso da força sempre que necessário e também de formas “sutis”, como o presente mito.

2. O trabalho da criança ajuda a família – até 1950 a idéia do trabalho familiar decorre de cultura arraigada no imaginário agrícola – nesse contexto histórico que o trabalho da criança sempre foi considerado como mão de obra à disposição da família – naturalizando o uso da mão de obra infantil.

3. É melhor trabalhar do que ficar nas ruas – limpeza das ruas fundadas nos ideais higienistas. Meninos empobrecidos seriam associados à figura da delinqüência, e seu afastamento das ruas centrais era uma necessidade civilizatória. Na verdade era uma forma de desarticulação das reivindicações, restringindo-se o operário ao espaço da fábrica e da família.

4. Lugar de criança é na escola – o “afastamento das crianças das ruas”, espaço considerado potencialmente perigoso, foi realizado por meio da repressão jurídico-policial, onde o “bem-estar” da criança se faria no espaço “intra-muros” da instituição estatal. Furta, no entanto, a capacidade de as crianças apreenderem um pouco por si próprios, a partir de outras experiência não escolares.

5. Trabalhar desde cedo acumula experiência para o futuro – isso facilitaria acesso às oportunidades profissionais do futuro. O discurso individualista do “homem se faz” joga um importante papel no imaginário social. Revigora a ilusão das possibilidades de ascensão social no modo capitalista de produção.

6. É melhor trabalhar do que usa drogas – associava-se a idéia de infância com estigma social da delinqüência, propondo uma falsa solução de que o trabalho seria o redentor das drogas.

Crianças esquecidas

"Crianças esquecidas - o trabalho infantil doméstico no Brasil" é o título de um livro dos professores da UFSC André Viana Custódio e Josiane Rose Petry Veronese.

Foi uma das leituras que fiz para a prova de seleção no doutorado (ainda aguardo o resultado).

No princípio achei que não seria interessante, mas me enganei profundamemente.

O livro é muito verdadeiro.

A origem da expressão infância está ligada "à ausência de fala" ou "à aquele que ainda não fala".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Julio Garcia e seu conceito de política

Julio Garcia é daquelas pessoas que compreendem o espírito humano. Num olhar já sabe com quem está lidando. Sabe orientar, tomar decisões, construir consensos. É um lider nato, com originalidade. Quem o conhece sabe!

Tomou posse ontem como novo Conselheiro do Tribunal de Contas de Santa Catarina. Para uma pessoa que exercia a Política como um sacerdócio não é difícil prever que sua nova função pública, com toda a carga de conhecimento e de experiência que carrega, será igualmente exitosa.

Gosto do Julio, é sincero. Ele sempre me deu bons conselhos.

Quando falava sobre Política dizia: "é a arte de fazer o Bem"!

Quem não conhece a Lei Julio Garcia, assim denominada pelo Governador Luiz Henrique, pois que direciona 1% de toda a receita do Fundo Social Catarinense em favor das Apaes catarinenses.

Estes recursos, que são muitos, levam e consolidam dignidade àquelas pessoas especiais. É a política como arte de fazer o bem!

No seu discurso de ontem afirmou: "largo a política, passo a ser um voluntário das Apaes!! Sempre foi!!

Julio Garcia

Conheci o governador LHS no hotel Slim na BR 101 em dezembro de 2006. Os deputados Gelson Merisio, Julio Garcia, Onofre Agostini e Antonio Ceron me levaram ao governador para nosso primeiro encontro. Já havia sido definida a minha escolha como novo Secretário de Estado da Administração para seu segundo mandato.

LHS olhou-me com firmeza. Suas primeiras palavras: “Cavazzaki, você não será apenas Secretário da Administração, mas será membro do Comitê Gestor, o órgão que me ajuda a tomar decisões estratégicas sobre o governo”.

Fez-se silëncio, todos esperavam minhas primeiras palavras: “Governador Luiz Henrique, vou aprender sobre minhas novas funções e espero poder lhe ser útil. Mas lhe garanto: serei seu secretário mais leal”.

O governador gostou da parte da lealdade. Confidenciou isto ao Ari Vequi, seu escudeiro fiel e Diretor Geral da Secretaria de Articulação e Coordenação. Meu futuro melhor amigo.

Naquele dia, um pouco antes de chegarmos ao hotel Slim, perguntei aos deputados que me conduziam: “Gente, o que digo ao Governador? Estou nervoso!”. Respondeu-me o experiente Julio Garcia: “Diga apenas que lhe será leal”.

domingo, 30 de agosto de 2009

A semana que passou...

Semaninha dura, complicada, com viagens à Chapecó para atos de governo na terça e sexta. Viagem a Brasília na quarta para acompanhar o julgamento do TCU sobre as obras do porto de Itajaí e outros assuntos em órgãos federais... além de variadas reuniões e atendimentos ordinários da SEF.

Mas a parte boa é que andamos, todos, empenhadíssimos e felizes com os resultados que estamos conquistando. Num ano difícil, com crises financeiras no mundo todo, agravadas em SC com os fatores ambientais de novembro no Vale do Itajaí e as estiagens do oeste neste ano, e ainda, as consequências à cadeia de produção da suinocultura causada pela equivocada rotulação da gripe HINI de "gripe suína", estamos conquistando bons resultados.

No tempo próprio a mídia catarinense poderá fazer a sua parte.

Mas, já que toquei no assunto, alguém entende ou sabe o motívo de rotularem a gripe HINI de "gripe suína"?? aguardo vocês.

Demora

Apenas para avisá-los que não abandonei o blog. Até terça feira próxima preciso ficar concentrado em 5 obras jurídicas, sociológicas e antropológicas, por conta da prova de seleção ao Doutorado da Ufsc. Isto sem prejudicar a loucura de nosso trabalho na SEF.

Então imaginem como anda minha cabeça... acho que dando choque!! Nem "bom dia" consigo dar aos amigos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Para comecar a semana

Para começar esta semana, com animo e forca, vai aqui um trecho de uma musica de Gonzaguinha:


"E a vida?
e a vida o que é diga lá, meu irmão?

ela é a batida de um coração? ela é uma doce ilusão?
E e a vida... Ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é, o que é meu irmão?

Há quem diga que a vida da gente é um nada no mundo
é uma ponta, é um tempo que nem dá um segundo
há quem fale que é um divino mistério profundo
é o sopro do criador numa atitude repleta de amor

Você diz que é luta e prazer ele diz que a vida é viver, ela diz que o melhor é morrer pois amada não é e o verbo sofrer
Eu só sei que acredito na moça e na moça ponho a força da fé
somos nós que fazemos a vida como der ou puder ou quiser

Sempre desejada por mais que esteja errada
ninguém quer a morte
saude e sorte

E a pergunta rola, e a cabeça agita
fico com a pureza da resposta das crianças é a vida, é bonita e é bonita

Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei, que a vida devia ser bem melhor, e será!
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Amigos

Grandes amigos me brindaram com homenagens. Nenhuma merecida. Mas o importante é a amizade. Aquela sincera, verdadeira, aquela amizade que todos sabemos pode ser provada, testada. Aquela que se reconhece através do olhar, do aperto de mão, do abraço. Obrigado por tudo a todos!!

Descobri hoje que tenho mais uma leitora, não virtual, mas que gosta do papel para a leitura, por isso sua querida filha Maria Isabel, minha assessora, tem também esta incumbência.

Trata-se de Mariazinha Gallotti, pessoa querida, linda e elegante, que nos seus 86 anos sabe tudo da vida! Sempre que conversamos, aprendo. Existem pessoas na vida que por palavras, gestos e conduta nos ensinam, e por isso nos melhoram. Estas pessoas são imprescindíveis. Obrigado a todos, de novo, por tudo!!

O velho e o mar

Li na noite de ontem esse antigo conto de Ernest Hemingway, escrito em 1952.

O velho e o mar conta a história de um velho pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, do seu corpo, e, mais do que tudo, de seu espírito.

Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta.

Já disse em outra postagem que gosto de Jorge Luiz Borges, daquela sua frase “nosso dever é a esperança”. Nessa leitura aprendi lição maior: “É uma estupidez não ter esperança. É um pecado perder a esperança

Lanço aqui alguns fragmentos que anotei sobre o velho enquanto lutava com o peixe:

Lição 1. “Pode ser que não esteja tão forte como penso, mas conheço todos os truques e não me falta decisão

Lição 2. “Em nossas lutas não deve haver pânico

Lição 3. “É melhor ter sorte. Mas prefira fazer as coisas sempre bem. Se a sorte lhe sorrir, estarás preparado

Lição 4. “Agora não é momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com aquilo que tem

Aniversário

Ontem trabalhamos muito. Chegamos a Joinville no fim da tarde para seguir agenda com o Governador Luiz Henrique. Depois, já tarde da noite voltamos de carro. Cheguei em casa para um jantar com alguns amigos próximos, aqueles que sempre freqüentam minha casa. Julio Garcia, Gelson Merisio (a casa é dele), Cezar Souza Junior e outros. Era um jantar para comemorar o dia 20 de agosto, meu aniversário.

Foi bom, muitas risadas. São bons amigos.

Como já era meu aniversário, resolvi dar-me um presente.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O cavaleiro preso na armadura

Li nestes dias um breve livro com esse titulo: "o cavaleiro preso na armadura".

O autor Robert Fischer.

Um certo cavaleiro distancia-se tanto das pessoas que lhe são importantes a pretexto de combater dragões e salvar donzelas que fica preso em sua armadura. Sem poder sequer se alimentar ou ser visto por sua família, parte em busca de salvação.

Lição 1. "problemas são oportunidades que estão chegando"

Lição 2. "uma pessoa não pode fugir e aprender ao mesmo tempo, ela precisa ficar algum tempo no mesmo lugar"

Lição 3. "E comum as pessoas não terem a consciência do caminho que estão seguindo"

Lição 4. "Quando você apreender a aceitar em vez de ter expectativas, seus desapontamentos serão menores"

Lição 5. " Nos levantamos barreiras para proteger quem pensamos ser. Então um dia ficamos presos atrás das barreiras e não conseguimos mais sair"

Lição 6. "Como me conheço, posso conhecer você. Somos todos parte um do outro"

Lição 7. "O conhecimento e a luz através da qual você encontrara seu caminho"

Lição 8. "A ambição que vem do coração e pura. Ela não compete com ninguém e nem fere ninguém, ela serve a todos"

Lição 9. "Deus deu ao homem coragem. A coragem da' Deus ao homem"

Ps: computador novo, nao consigo me entender com a ortografia, etc

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Deontologia

Sempre disse aos acadêmicos com quem trabalhei que o Direito é o melhor curso do mundo! Possivelmente existam outros melhores cursos do mundo (dependendo sempre da ótica de quem pensa).

O Direito pode ser um instrumento de construção da harmonia... ou pode ser o seu pior pesadelo...

Quem faz o Direito são as pessoas, cada uma com suas próprias virtudes, defeitos, com sua carga emocional de vida, enfim, o Direito é um produto humano. Não é divíno. É falível, portanto.

Se pudesse dizer a vocês o que pode fazer do Direito um algo bom, seria apenas o respeito à deontologia, à regras simples de ética.

Dia do advogado

O dia 11 de agosto é a data da lei de criação dos cursos jurídicos no Brasil e é também o Dia do Advogado. Esse dia é também conhecido como o "Dia do Pendura", uma tradição do início do século 20, quando comerciantes costumavam homenagear os estudantes de Direito deixando-os comer de graça. O dia é até hoje temido nos restaurantes, pois dizem que a tradição de comer sem pagar continuou a ser seguida...

Sou formado em Direito. Gosto do Direito. Nunca saí sem pagar de qualquer lugar.

Comecei minha faculdade na Unoesc de Joaçaba no dia 3 de março de 1993. Nunca me esqueço. Depois transferi para a Unoesc de Chapecó. Formei-me em 1 de agosto de 1998. Já estava aprovado para o curso de Mestrado em Direito, tendo adquirido o título de mestre em janeiro de 2001.

Comecei a lecionar na Unoesc de Xanxerê, no curso de Contabilidade já em outubro de 1998. Minha primeira matéria foi Direito Tributário. Daí não parei mais.

Já em 1999 trabalhei na implantação do curso de Direito na Unoesc Xanxerê, e em 2000 tivemos nosso primeiro ingresso. Turma que se formou em 12 de agosto de 2005. Turma que leva meu nome. O curso tinha 5 anos, dos quais lecionei para eles por 2 anos e meio. Acho que eles, os acadêmicos, já tinham um pouco de nojo de me ver. Vivemos coisas interessantes... Ficamos amigos, perdemos amigos (por acidentes), apreendemos, cooperamos, nos ajudamos. Eles estando interessados em apreender, eu em apreender para poder dizer algo. Ganhamos todos. Acho que eu ganhei mais.

Hoje é dia do advogado. A advocacia é um ofício nobre: representar com ética interesses. No exercício desta representação, opor, contrapor, argumentar, debater, convencer... reconhecer. Alguns diriam "vencer". Não gosto disto. Não se vence, se reconhece uma situação em Juízo.

Sempre gostei de uma história escrita por John Grisham, que depois virou filme: "O homem que fazia chover". Vale a pena o livro, vale a pena o filme!

Sinopse: "O homem que fazia chover" narra a história de um jovem advogado desempregado. O rapaz não só acredita em seus sonhos como transforma-se na única esperança de um pobre casal que luta contra o sistema de saúde americano.

A lição é simples: "fazer chover" é "conquistar o impossível". Na vida existe uma linha imaginária que divide o certo do errado... se uma única vez essa linha for transposta ela se apaga e você não sabe mais por onde estará pisando...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Notícias de última hora

"De uma hora para outra, a crise bateu. A bolsa de valores, que não parava de quebrar recordes de alta, despencou. Dinheiro virou coisa rara no mercado. Empréstimos minguaram. Com medo do pior, todo mundo passou a gastar menos. Aí piorou de vez: sem crédito nem clientes, empresas que até outro dia tinham seus maiores lucros na história não conseguiam mais fechar as contas.
E quase ninguém deu conta: de cada 100 companhias, 72 fecharam as portas. As que não morreram acabaram gravemente feridas: até a maior empresa do mundo viu seu valor de mercado cair 80%. O governo precisou agir para evitar o desastre completo. E apontou o grande culpado pela crise: a ganância dos homens que tinham transformado a economia em um cassino.

"Vamos restringir as práticas perniciosas dos corretores e negociadores de ações", escreveram os parlamentares. Um analista financeiro resumiu bem a coisa: "Qualquer um poderia ter previsto que a alta das ações a um preço tão superior ao quanto elas valem de fato teria uma consequência fatal". Teve mesmo.

"Tudo isso aconteceu em 1697. O governo era o britânico, que precisou intervir para colocar rédeas no mercado financeiro depois que uma bolha de crescimento econômico estourou e deu lugar à maior crise da história até então. E o analista era o escritor Daniel Defoe, que 18 anos depois publicaria Robinson Crusoé"

Essa notícia usei muito em algumas palestras que proferi neste ano, quando convidado a falar sobre a situação econômica de Santa Catarina nesse contexto global.

A retirei da revista "SuperInteressante" edição 264 de abril/2009 (p. 25).

sábado, 8 de agosto de 2009

Feliz dia dos pais

Bom, a todos os pais a minha homenagem. Ao meu pai, Antonio Luiz Gavazzoni, obrigado por tudo, sobretudo pela família que temos. Sei que domingo todos seus filhos estarão contigo, menos eu, que precisei trabalhar em um caso que dará grande repercussão em favor de nosso Estado.

Pude contar com vários servidores, mas um em especial, que também se tornou papai nesta sexta feira. É o André Rezende. Mesmo com o nascimento de seu filho achou tempo para participar das reuniões que havíamos agendado. Parabéns André, Luana e ao recém chegado Arthur.

A grande notícia deixarei para a imprensa. Este blog nunca vai "furar" a imprensa catarinense, é ela, não eu quem tem a capacidade de dar a boa informação.

Mas para que assuntos importantes surjam e virem notícia, a boa notícia, nós que vivemos temporariamente a gestão pública precisamos trabalhar até nos finais de semana, até no dia dos pais.

Obrigado Seu Gavazzoni. Amanhã falaremos. Parabens a todos, muita saúde, força e que Deus os abençoe sempre!!

Máximas do Seu Gavazzoni

Minha irmã Márcia Merísio, na falta de coisa melhor para fazer, lê meu blog. É uma das agora 20 pessoas que o fazem. Hoje, lá pelas 5 da manhã mandou-me mensagem de celular. Estava acordada porque era hora da mamadeira da Nicole (minha sobrinha de apenas 1 ano). Lembrou-me de algumas lições de nosso pai. Já que é dia dos Pais, vamos relembrá-las:

1. “A saúde entra pela boca” – Isto justificava a liberação do pastel com coca no Bar do Amauri no Posto Tigrinho de Xanxerê. Já disse que comecei a trabalhar como cobrador de ônibus muito cedo junto com meu pai. Também tinha que acordar todos os dias às 5 horas da manhã. Não era moleza, tinha 7 para 8 anos apenas. Daí que o pagamento vinha em comida. De manhã cedinho, um pastel e uma coca. Depois do primeiro horário, quando parávamos novamente no Posto lá pelas 8 horas, vinha um pão com linguicinha. Não tem coisa melhor!
Esse Posto Tigrinho pertencia ao Seu Alcides Bernardi. Amigo de meu pai. O posto recebia todos os ônibus logo cedo de manhã. Lá abastecíamos, verificávamos o nível dos óleos (são vários), batíamos os pneus, passávamos um pano úmido nos bancos para iniciar o trabalho. A conta no final do mês era interessante. Muitos meses a conta do pastel com coca, da linguicinha com pão, era maior do que a conta do combustível. Pastel e linguicinha, com coca, era custo fixo de nossa empresa.

2. “Quando acordar, não pensa, levanta rápido, não deixa dar o repique do sono” – Aconselhando a todos seus filhos, e agora às netas, para justificar seu hábito de levantar às cinco horas da manhã, por mais de 50 anos. Acordar cedo é uma questão de técnica.
Conheci um ministro do Supremo Tribunal Federal, já aposentado. Tenho a honra de ser seu amigo. É o ministro José Néri da Silveira. Ele foi diversas vezes a Xanxerê e Chapecó, quando ministro, para dar aulas e palestras a meus alunos. Certa vez lhe perguntei qual o segredo de sua energia. Respondeu-me: “acordar cedo, 5 horas, e tomar chimarão”. Dois hábitos que meu pai também sempre praticou. Talvez daí tire sua energia para trabalhar, manter-se alegre e gentil, não importando o problema ou a preocupação.

O Alfeu Abreu, presidente da Bescor o conheceu dia desses. Encantado, não pára de me perguntar como vai o Gavazzoni pai.


3. Meu Pai “reverenciava a figura de Ulisses Guimarães”, segundo ele um dos poucos políticos sérios de Brasília. Depois de 1989, da disputa presidencial, teimou em deixar em seu fusca de idade não revelada um “decalque”, segundo ele, “por anos a fio”, mesmo fora de período eleitoral (se fosse hoje seria multado...).

O Governador Luiz Henrique mantém até hoje, em seu gabinete uma fotografia de Ulisses Guimarães, como que lhe servindo sempre de guia, certamente pelas lições que lhe passou ao longo dos anos em que conviveram. Aliás, vivo hoje um privilégio: aprender suas lições, seguramente melhoradas, pela experiência do próprio Luiz Henrique.

Meu pai tinha, de novo, razão. O tempo prova tudo!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Frédéric Chopin

Exilado pela revolução, abandonado pela amante, morrendo de tuberculose, mas sempre vestido com apuro, a frágil imagem de Chopin encaixa-se em todos os estereótipos do artista romântico. Primeiro poeta do piano, sua obra foi imediatamente popular e sempre transcendeu os caprichos da moda. Herói nacional, sua música anunciou a libertação de sua Polônia natal e continua a acompanhar homens de Estado à sepultura.

Sua última vontade foi concedida: seu coração foi retirado devido a seu medo de ser enterrado vivo. O coração permanece até hoje lacrado dentro de um pilar da Igreja da Santa Cruz, em Varsóvia, debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: "onde seu tesouro está, estará também seu coração".

A história da Polônia é marcante. Por estar entre a Alemanha e a então URSS, sempre foi campo de batalha destes países.

Conheci Varsóvia em uma viagem com o governador Luiz Henrique. Conheci, por sua condução, a Igreja da Santa Cruz. Conheci Chopin!

Regência

O ofício de regente não se resume a marcar o rítmo. Durante a execução, deve indicar aos músicos suas entradas, podendo precisar controlar o equilíbrio entre seções. Alguns se apresentam com um gestual extrovertido no palco (cabelos esvoaçam a todo o tempo, parece que brigam com algo!!).
A única coisa que todos os grandes regentes têm em comum é um natural senso de autoridade.

"A música expressa o que não pode ser dito em palavras e não pode ficar em silêncio" Victor Hugo

Música

Tenho aprendido um pouco sobre música clássica. Quem frequenta meu gabinete observa duas coisas sempre presentes: a televisão ligada na sessão plenária da Assembléia Legislativa catarinense, ou quando esta não está ocorrendo, uma variedade de apresentações artísticas de música clássica.
Compra-se em quaisquer lojas DVDs de músicas clássicas. Gosto das conduções (regência) de Seiji Ozawa, Kent Nagano, Herbert Von Karajan, mas o que mais me toca são as de Claudio Abbado.
Apreendi que música é um calmante emocional. Me faz falta não ouví-la.
Também devo confessar que tendo trabalhado desde muito cedo como cobrador de ônibus em Xanxerê (desde os 7 anos para ser preciso) não tive uma iniciação muito apropriada. Nos ônibus de Xanxerê não se ouvia música clássica. Ouvíamos a rádio Difusora e a rádio Princesa. Não tinha FM, era só AM.
Acho que por isso gosto tanto de Duduca e Dalvan. Dalvan ainda existe. Quem não conhece "rastros na areia" ou "utopia" não conhece nada de música. Você chora, corre lágrimas ao ouví-las. Alguns dirão que é coisa brega. Mas que você chora, chora!

Frase

"Depois de tocar Chopin, sinto-me como se chorasse por pecados que jamais cometi e lamentasse tragédias de que não fui vítima"
Oscar Wilde, 1891

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Cada um no seu quadrado

Não deve surpreender a ninguém o fato de haver diferenças em relação à natureza das pessoas. Costumo dizer à gurizada com quem trabalho em sala de aula que inteligência e capacidade todos temos por igual. E é verdade. O que nos distingue é nosso interesse em sermos melhores, é nosso esforço em estudar e melhorar intelectualmente, é nossa determinação em participar da construção de aguma coisa comum. Alguns, por preguiça ou sossego, não tem interesse sequer em ler um jornal.

Mas uma coisa é interessante: para podermos conviver bem, harmoniosos, precisamos reconhecer nossas diferenças em relação à nossa natureza.

Por quê alguns são excelentes em matemática, mas nada hábeis com suas emoções?
Por quê alguns são brilhantes, mas inseguros?

Cada um no seu quadrado!! Compreender o perfil de cada pessoa, sabendo que somos emocionalmente diferentes, nos permite uma aproximação verdadeira.

Nos permite acertamos na definição do queremos para a vida. Se ser um jornalista, um advogado, um cientista, etc.

No livro de Lyman Frank Baum, os quatro personagens quando voltam, desmascaram o Mágico - na verdade um pobre velhinho que, tendo aportado na Terra de Oz num balão desgovernado, fingia ser um poderoso feiticeiro usando alguns truques aprendidos nos circos onde trabalhara.
Entretanto, atende a todos: ao Espantalho, dá um certificado da universidade - com o qual o feliz boneco de palha julga-se o ser mais inteligente do mundo; ao Homem de Lata, um coração falso; ao Leão, uma medalha de reconhecimento de coragem que este acredita ser a coragem almejada. Para Dorothy, decide construir outro balão onde, juntos, poderiam sair de Oz.

Não existe mágica, existe determinação!

Quatro naturezas humanas

Uma vez, na terra de Oz, quatro personagens partiram em uma estranha e perigosa jornada. Cada um deles carecia de uma coisa essencial para a sua natureza, e cada um deles desejava encontrar o grande Mágico de Oz e pedir-lhe pela sua ajuda.

  • O Leão carecia de coragem. Embora fosse um animal poderoso e magnífico, ele havia se tornado covarde e perdido o auto-respeito, e desejava que o Mágico lhe devolvesse a bravura. "Enquanto eu souber que sou um covarde eu serei infeliz", disse ele.
  • Dorothy temia que houvesse perdido o caminho de casa. "Totó", disse ela para o seu cãozinho, "acho que não estamos mais em Kansas". Embora nunca realmente perdida, Dorothy sentia-se desamparada e sozinha, e desejava que Oz a retornasse para a segurança da fazenda do seu tio e tia. "Não há lugar melhor do que a própria casa", disse ela.
  • O Homem de Lata acreditava que não tinha um coração. Embora delicado e sensível como era, ele se sentia endurecido com a ferrugem e incapaz de amar, desejava que Oz o ajudasse a sentir um coração quente e amoroso batendo dentro do seu peito. "Ninguém pode amar se não tiver um coração", disse ele.
  • O Espantalho pensava que não tinha um cérebro. Embora o mais engenhoso dos quatro, ele se considerava tolo e sem valor, e desejava que Oz o fizesse inteligente. "Um cérebro é a única coisa que tem valor nesse mundo", disse ele.

De braços dados, estes quatro personagens muito diferentes, partiram para a Cidade das Esmeraldas para procurar a ajuda do Mágico.

Coragem, Segurança, Coração e Cérebro: os quatro desejos dos personagens de O Mágico de Oz de Lyman Frank Baum refletem a natureza dos quatro temperamentos - os quatro padrões diferentes de personalidade que têm sido descritos pelos seres humanos por mais de dois mil anos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tristeza

Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do amigo Décio João Machado, que ontem fez 73 anos de idade. Décio foi meu diretor de gestão de materiais e serviços quando fui secretário da administração. Ele sofreu um acidente no início do ano quando deslocava-se a trabalho do Estado na cidade de Joinville. Estava conduzindo os trabalhos de treinamento de servidores na implantação do novo e moderno sistema de compra eletrônica, criado e desenvolvido sob sua direção na SEA.

Décio sempre manteve hábitos saudáveis de vida. Com 72 anos trabalhava com mais vigor do que muitos jovens a seu lado. Uma alma boa, alegre e confiável.

Aliás, quando tomei posse como secretário de administração procurei o Governador Luis Henrique e lhe pedi uma indicação pessoal, de sua confiança, para o cargo que conduziria as compras públicas do Estado. O Governador me respondeu de pronto: "Você conhece o Décio Machado? Ele é a pessoa certa para trabalhar a seu lado!". Aceitei na hora.

Depois, no transcurso de dois anos, trabalhei e admirei, dia após dia, meu amigo Décio João Machado. Quantas manhãs passamos conversando sobre trabalho, família, política, vida...

Tinha uma frase que ele sempre usa: "Gavazzoni, você é um agricultor, você planta todos os dias a gentileza e o respeito, colherá amizades perenes". Na verdade, Décio era um "agricultor" que plantou por toda sua vida a gentileza e o respeito, é ele quem colhe, hoje e sempre, a nossa AMIZADE PERENE!

Décio, irmão que já está com Deus, vá em paz, deixou uma família e amigos que nunca te esquecerão!!

Alegria

Hoje faz aniversário o jovem Cleverson Siwert, diretor do tesouro do Estado de Santa Catarina e secretário de gestão dos fundos estaduais. Ele acumula, por absoluta competência, dois dos cargos mais importantes da estrutura administrativa de Santa Catarina.
Faço este registro porque o amigo-irmão Cleverson é uma das pessoas com quem mais gosto de trabalhar, porque é alegre e determinado, sério e virtuoso, inteligente e habilidoso, trabalhador.
Quem detém o controle e a incumbência de gerir as finanças públicas não é o Secretário da Fazenda, mas o diretor do tesouro. A cada vez que ele entra em meu gabinete é uma palestra firme, emocionada no mais das vezes, sempre sabendo com profundidade o que diz. É, seguramente, um guia firme, claro, reluzente a determinar as decisões que são tomadas pelo Secretário da Fazenda e mesmo o Governador do Estado.
Colega querido por todos, merece nossa admiração e agradecimento, mil vezes!!

Por fim: "Existem duas espécies de humildade: a verdadeira, aquela que nos faz pequeninos, considerando a grandeza do universo - com suas infinitas maravilhas, a nos falarem de Deus; e a falsa, a que nos deixa recuar diante da dificuldade da tarefa a cumprir". (não lembro o Autor)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Acaso? Sorte? Ou mentes preparadas?

Seria fácil classificar os cientistas e inventores que exploraram a serendipidade como apenas sortudos, mas isso seria injusto. Todos eles conseguiram aproveitar suas observações casuais somente depois de terem acumulado conhecimento suficiente para colocá-las num contexto.

Como disse Louis Pasteur, que se beneficiou da serendipidade: "o acaso favorece a mente preparada".

Além disso, aqueles que querem ser tocados pela serendipidade devem estar prontos para abraçar a oportunidade quando esta se apresenta, em vez de apenas escovar as calças cobertas de sementes, jogar fora a supercola fracassada na pia ou abandonar um teste médico fracassado.

A descoberta da penicilina por Alexander Fleming foi o resultado de uma partícula de fungo penicillium flutuando através de uma janela e caindo em um disco de Petri, onde matou uma cultura de bactérias. É bem provável que muitos microbiólogos já tivessem tido culturas de bactérias contaminadas pelo dito fungo, mas todos tinham jogado fora seus discos de Petri, frustrados, em vez de ver ali a oportunidade para descobrir um antibiótico que salvaria milhões de vidas.

Winston Churchill uma vez observou: "Os homens ocasionalmente tropeçam na verdade, mas a maioria se equilibra e vai embora como se nada tivesse acontecido".

Exemplos de serendipidade

A história da ciência e da tecnologia está coberta de serendipidade. Exemplos:

  1. Em 1948 George de Mestral saiu para caminhar em um campo da Suíça, e viu algumas sementes espinhosas grudadas em suas calças, reparou que seus ganchos finos tinham ficado presos nas dobras do tecido e teve a inspiração para inventar o Velcro.

  1. Art Fry tentava desenvolver uma supercola quando acidentalmente produziu uma cola tão fraca que dois objetos grudados com ela poderiam ser separados com facilidade. Fry, um membro entusiástico do coro da igreja local, cobriu pedaços de papel com sua fracassada supercola e os usou para marcar as páginas do seu caderno de hinos. E foi nesse ponto que nasceram os adesivos do tipo post-it.

  1. Um exemplo de serendipidade médica é o Viagra, que foi desenvolvido, inicialmente, para o tratamento de problemas cardíacos. Os pesquisadores só começaram a suspeitar que ele poderia ter um efeito colateral positivo quando os pacientes que tinham tomado parte nos testes clínicos se recusaram a devolver as pílulas não usadas, ainda que a droga parecesse não ter efeito algum sobre seus problemas de coração.

Serendipidade

A palavra "serendipidade" foi criada em 1754 pelo político e escritor Sir Horace Walpole, que a usou em uma carta na qual contava uma descoberta acidental, mas feliz, sobre um conhecido:

"Esta descoberta, de fato, é quase do tipo que eu chamo de serendipidade, uma palavra muito impressionante, a qual, na falta de algo melhor para dizer, tentarei lhe explicar: você vai entendê-la melhor pela derivação do que pela definição. Uma vez li um tolo conto chamado 'Os três príncipes de Serendip': conforme suas altezas viajavam, iam sempre fazendo descobertas, por acidente ou por sagacidade, de coisas que não estavam procurando."

José Alencar

O Jornal Nacional de agora à pouco veiculou uma entrevista com o vice-presidente da República José Alencar. Eu e Pedro Mendes (meu diretor geral) a assistimos de meu gabinete. Foi uma verdadeira lição de vida, de respeito e amor a Deus. Vejam parte:

Repórter: Presidente, agora o senhor vai saber, de forma mais precisa, se o tratamento está ou não dando resultado. Essa é uma viagem decisiva para o senhor?
Todo passo que você dá, quando está numa luta, quando está numa peleja, obviamente que são passos decisivos. É claro que nos estamos esperançosos, confiantes, porém conscientes da gravidade do meu caso, porque o tumor é recorrente. Ele tem essa característica e já deu provas disso.

Repórter: No que o senhor se agarra, para ter tanta força?
Provavelmente, seja a fé em Deus. Porque é aquela história: seja feita a vontade de Deus em qualquer circunstância. Em qualquer lugar, em qualquer tempo, seja feita a vontade de Deus. Assim você se entrega às mãos de Deus e ganha coragem. Para enfrentar, isso provavelmente seja a principal razão.
Mas nós estamos lutando bravamente porque temos recebido também um apoio que nós nem sabemos como agradecer. Uma corrente nacional, que é feita a meu favor nesse caso do câncer. É uma coisa que confesso a você que eu não sei se mereço isso, sinceramente.


Reporter: E de onde vem esse amor todo que o senhor tem pela vida?
"Modéstia às favas. Minha vida tem sido útil, e se a minha vida é útil por que eu nâo devo preza-la, preserva-la da melhor maneira que puder? E assim vou continuar fazendo, e seja tudo o que Deus quiser, porque é assim mesmo. A vida é assim".

O vice-presidente da República luta há 12 anos contra vários tipos de câncer e já enfrentou 15 cirurgias.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Big Bang

O título pode afastar a muitos. Por muito tempo também me afastou. Logo eu que nunca compreendi nada de física, química, matemática, lendo e desbravando as teorias do universo, da física quântica...
Vai aqui um pequeno trecho, apenas para despertar a curiosidade:
"Nosso universo é pontilhado com mais de 100 bilhões de galáxias e cada uma contém aproximadamente 100 bilhões de estrelas. Não está claro quantos planetas orbitam essas estrelas, mas é certo que, em pelo menos um deles, a vida evoluiu. E, em especial, existe uma forma de vida que tem a capacidade e a audácia de especular sobre a origem deste vasto universo".

Esse livro não foi escrito para especialistas, mas para pessoas leigas, como eu, talvez, como vocês.

Um dos meus 15 leitores, o André Rezende, conhece muito disto que estou falando.

No princípio

"Tudo começou com uma grande bola de fogo". Era assim que meu amigo irmão de infância Leonardo Arquemimo de Carvalho (hoje doutor e professor na faculdade de Direito da FGV em SP) começava suas conversas. Tudo no princípio era uma grande bola de fogo! Poderia ser a aula mais interessante sobre o Direito Internacional, sua especialidade, mas sempre fazia, com sua aparente seriedade uma brincadeira inteligente.
Quem o conhece sabe do que falo. Homem brilhante, de vigor intelectual incomparável, mas de uma gentileza única, de uma humildade ímpar.
Mestre em Direito pela UFSC, Doutor pela Unicamp, fundou e coordenou o curso de Direito da FAG em Cascavel, lecionou na minha faculdade de Xanxerê (minha porque fui coordenador por 6 anos do curso de Direito da Unoesc - o melhor do mundo), Carvalho é e sempre será uma pessoa especial. Lembrei-me dele porque queria sugerir a leitura de um livro: Big Bang de Simon Singh.

Teorias do universo

"É impossível viajar mais rápido do que a luz e certamente nem é desejável, porque o chapéu fica sendo arrancado pelo vento". Woody Allen

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Escola de lideres

Ontem à noite, aproveitando uma passagem por Chapecó, pude palestrar na Escola de Lideres do Partido Democratas. Foi positivo. Lancei uma lição que me foi dita pelo Governador Luiz Henrique: "O politiqueiro pensa na próxima eleição, o político pensa na próxima geração".

Desculpem, estava viajando

Precisei fazer um roteiro de trabalho pelo interior do Estado, então deixei de publicar por três dias. Nas próximas acho que conseguirei manter atualizado este espaço pois levarei comigo meus aparatos tecnológicos.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Para quem interessar possa

Obrigado pelos comentários. Agora já tenho 10 leitores. Quase todos trabalham comigo ou muito próximo. São suspeitos pelo que escrevem. Não, este blog não servirá para qualquer fim eleitoreiro. Admiro muito os políticos. É uma vida dura para aqueles que são sérios. Mas não é minha pretensão.
Me formei em Direito em agosto de 1998. Lá se vão 11 anos. Neste tempo fui professor (o que no momento me faz muita falta), não um grande professor, mas me esforcei muito para sê-lo. Tive, pasmem, mais de 1.000 alunos. Este espaço é para tentar manter um contato diferente com todo esse povo que gosto muito e que não consigo responder por carta ou mensagem. São, todos eles, meus melhores amigos, pessoas que me fazem falta. Muita falta!

Gosto de fábulas

Gosto de fábulas. São histórias fictícias que simulam verdades, tem sempre um fundo moral ou didático, envolvem frequentemente animais falantes ou divindades e, muitas vezes, apresentam feição humorística.
Esopo foi o mais antigo fabulista que se tem notícia. Era um escravo que viveu na Grécia no século VI antes de Cristo.
Teve seguidores, como o romano Fedro (século I a.C.) que enriqueceu suas fábulas estilísticamente, e o francês Jean de La Fontaine (século XVII).
La Fontaine reinventou suas histórias, tornou-as mais atuais e alcançou enorme popularidade. É muito conhecida esta sua frase: "Sirvo-me de animais para instruir os homens".

As cadelas famintas

Não, não estou xingando ninguém!
Esta é apenas uma fábula de Esopo:

"Duas cadelas famintas viram duas peles de animais dentro de um rio. Mas como pegá-las?
_ Se bebermos o rio, o secaremos e as peles serão nossas.
Assim fizeram. Mas, de tanto beber água, explodiram bem antes de alcançar seu objetivo.
A pessoa cúpida expõe-se a perigos que a destroem antes de realizar o seu desejo"

Sobre minha leitura de final de semana

Mais à frente farei uma síntese do belíssimo livro que citei como leitura de final de semana.

sábado, 25 de julho de 2009

Leitura para o fim de semana

Ontem comecei a ler um livro: "MadreTeresa - venha, seja minha luz", de Brian Kolodiejchuk. O livro trata das histórias e escritos mais interessantes da Santa de Calcutá.
Já nas primeiras páginas uma profunda lição:
"Muito frequentemente me sinto como um pequeno lápis nas Mãos de Deus. Ele escreve, Ele pensa, Ele faz os movimentos. Eu só tenho que ser o lápis". Discurso de Madre Teresa, Roma, 7 de março de 1979.

Homenagem merecida

O Deputado Estadual Gelson Merísio acaba de me informar que já tramita na Assembléia Legislativa Catarinense um projeto de lei de sua iniciativa que concederá o Título de Cidadão Catarinense ao Delegado de Polícia Dr. Renato Hendges.
O Delegado é servidor público catarinense desde 1974 (ano que nasci) e é titular da Divisão Anti-Sequestro do Deic.
A homenagem é merecida. O Delegado, juntamente com toda sua equipe, tem resolvido todos os crimes de sequestro dos últimos anos sempre preservando a vida das vítimas. Com sua eficiência desestimula que criminosos dessa natureza elejam Santa Catarina como espaço de atuação.
Catarinenses de todos os cantos o reconhecem e lhe rendem homenagens anônimas, como a que pude testemunhar na quinta feira passada quando jantávamos num restaurante da capital e várias pessoas paravam à mesa, porque o reconheceram dos noticiários, e ofertavam frases de admiração e agradecimento, frases de força e de estímulo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Estado atuando

São nesses momentos que se percebe nítido a necessidade de um Estado atuante, prestando serviços públicos de qualidade. Muitos não percebem que recursos aplicados em áreas públicas de pouca ou nenhuma visibilidade são tão essenciais como qualquer outro setor da estrutura. Somente quando se precisa do serviço especializado é que se nota o quanto é importante que a estrutura funcione com eficiência.

Segurança Pública

Ontem o dia começou cedo. Estava chegando ao aeroporto para um roteiro no interior do Estado quando recebi uma ligação de um amigo de Caçador. Seu pai havia sido sequestrado. De imediato liguei para o Dr. Renato, Delegado do Deic, que prontamente viajou ao local do crime. Desfecho rápido, profissional, com a vítima resgatada com vida.
Esse Delegado, o Deic catarinense são, disparados, os melhores do País.
Profissionais que sabem atuar preocupando-se até mesmo com as consequências psicológicas do evento. Vou prestar mais atenção a essa estrutura e trazer novas informações mais à frente. Valeu Renatão!!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Para quê serve o Estado

Esta é uma pergunta interessante. O Estado, visto como o conjunto de entes públicos, existe para organizar nossa vida em sociedade. Sua estrutura é burocrática (no sentido saudável e original estudado pela sociologia) e dela se utiliza para que possa agir, prestando serviços públicos ou regulamentando aqueles prestados pela iniciativa privada. Sinteticamente é isto. Mas há um elemento essencial à fiel execução de sua finalidade... são as pessoas que integram toda essa estrutura. Falei outro dia de uma opinião sobre como o Estado poderia ser melhor: disse que dois itens eram necessários, memória pública e especialização. Outros também são importantes, e os apresentarei mais à frente, mas estes dizem respeito à qualidade das pessoas que integram essa estrutura pública.
Um ente público será melhor gerido se as pessoas nutrirem um pouco do essencial espírito público, tão efêmero para alguns, mas tão presentes e permantentes para outros.
Gosto de repetir o que diz o Senador Raimundo Colombo: "o Estado existe para aqueles que não conseguem sozinhos dar conta de suas necessidades". É verdade, e essa finalidade é melhor compreendida e atingida dependendo da qualidade das pessoas, sobretudo as eleitas ou aquelas que recebem por delegação dos eleitos atribuições públicas.

Um convite à filosofia

"A Filosofia começa no assombro". (Platão)

Gosto muito de meditar sobre temas cujas respostas sejam racionais. Sou influenciadíssimo pela emoção, mas luto para que minhas respostas sejam racionais. Isto é, na prática, um pouco de filosofia ou exercício dela. Tudo que é dito precisa ficar aberto ao questionamento e à crítica. Por isso, tudo o que for dito aqui, poderá ser rebatido pelos comentários essenciais à busca compartilhada do que é "verdade".

Vamos lá...

Agora vai! Este espaço servirá para meditações acerca de assuntos variados, na sua maior parte vinculados à Administração Pública, Direito, Política e leituras que faço e me despertam para opiniões que gosto de lançar e debater.
Tentarei manter equilíbrio deixando paixões de lado, o que não será fácil. Mas vamos lá...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Memória pública e especialização

Tive a oportunidade de participar nesta terça-feira (14) da IV Plenafisco, em Belo Horizonte (MG), contando um pouco da experiência na administração tributária em Santa Catarina.

Para um público formado por fiscais de todo o país, falei sobre memória pública e especialização, que para mim são os caminhos para um Estado melhor.
Não se enganem os governos de qualquer partido. Não terão sucesso apenas levando seus melhores assessores para dentro do Estado, mas sim aproveitando o que há de melhor: as pessoas qualificadas pela experiência. Assim que assumi o cargo de secretário da Fazenda, comecei a "me apropriar" do conhecimento dos servidores para, a partir daí, dar vazão a novos projetos. Não é o secretário acertando - é a Secretaria acertando. Temos obtido grandes conquistas em SC, apesar da crise, que em nosso estado começou antes. Ainda assim, a arrecadação de junho bateu recordes históricos, chegando a R$ 980,4 milhões.
A arrecadação pública é cíclica, sujeita a diversas variáveis; de outro lado, a despesa pública é permanente e crescente. E aí temos um grande problema. Em SC, nós resolvemos o problema trazendo toda a inteligência da SEF para o gabinete do secretário e construímos a solução para um pleito muito antigo da categoria, que chamamos de acordo de resultados, sem distinção entre ativos e inativos.
A arrecadação histórica no mês de junho foi conquistada em grande parte pelo acordo de resultados firmado com fiscais e analistas. Produzimos a maior arrecadação de Santa Catarina e não o fizemos em cima do ICMS, mas muito em função da cobrança de valores em dívida ativa, por empenho dos profissionais contemplados pelo acordo de resultados.
Os secretários vão embora, mas os servidores ficam. Em vez de investir em uma consultoria privada, apostamos na capacidade de uma equipe interna, e os resultados começam a falar por si. A especialização também teve papel preponderante para a recuperação do Estado. Aos participantes da Plenafisco, pude expor o case dos GES - Grupos Especialistas Setoriais. Num ano de crise, ainda apostamos em uma meta de 12% de crescimento sobre o ano passado. Temos esta confiança porque sabemos exatamente quais os pontos mais críticos a serem trabalhados.
Nosso compromisso é trabalhar muito para devolver ao cidadão o privilégio que temos como servidores públicos. Se nós temos esse desejo de crescer, a sociedade nos aplaude. E é o que está acontecendo em SC.
Ainda temos muito o que melhorar, afinal, o Estado ainda cobra tributo demais e presta serviço de menos. Parafraseando Jorge Luis Borges: "O nosso dever é a esperança".